Instituto revela que influência veio da alta no preço de medicamentos
Considerado o termômetro oficial da inflação no Brasil e que reflete o custo de vida e o poder de compra da população brasileira, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado desde 1979 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), subiu 0,61% em abril.
De acordo com o instituto, o indicador, divulgado nesta sexta-feira (12), ficou 0,10 ponto percentual menor que o registrado em março, que foi de 0,71%, o que mostra desaceleração. Com o resultado, a inflação acumulada para o ano de 2023 registra alta de 2,72%. Já nos últimos 12 meses é de 4,18%. O índice havia registrado 1,06% em abril de 2022.
De acordo com estudo do IBGE, houve aumento nos nove grupos de serviços e produtos analisados pelo órgão do governo vinculado ao Ministério da Fazenda. O destaque ficou com o setor de saúde e cuidados pessoais, no qual houve o maior impacto e a maior variação, de 0,19 ponto percentual e 1,49%, respectivamente.
Em seguida vem o segmento de alimentação e bebidas, com alta de 0,71% ante 0,05% em março. A contribuição foi de 0,15 ponto percentual. Alimentação em casa foi a principal colaboração para o setor, variou 0,66%, superior à de março, que havia registrado 0,60%. Impactaram os preços do tomate, com 10,64%; do leite longa vida, com 4,96%; e do queijo, com 1,97%. Quedas de preços de alimentos foram observadas na cebola, com 7,01%, e óleo de soja, com 4,44%.
Na sequência, transportes teve elevação de 0,56%, e contribuição de 0,12 ponto percentual para o IPCA de abril. No mês passado, o índice havia apresentado variação de 2,11%. O aumento no período ocorreu no etanol, de 0,92%, enquanto as quedas foram observadas no óleo diesel, de 2,25%; no GNV (Gás Natural Veicular) de 0,83%; e na gasolina, de 0,52%.
Integrantes do mesmo setor, as passagens aéreas tiveram majoração de 11,97% em abril, depois de apresentarem queda em março de 5,32%. O IBGE revela que elas foram o subitem com maior impacto na inflação geral, com 0,07 ponto percentual. “Já as tarifas de Metrô subiram 1,24%, pressionadas pelo reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro a partir do dia 12 de abril. O ônibus urbano teve alta de 1,11%. Os preços dos ônibus intermunicipais caíram 0,25%”, complementa a nota no portal.
O IBGE ainda informa que no ramo de saúde e cuidados pessoais, produtos farmacêuticos, com 3,55%, foram responsáveis pela maior contribuição (0,12 ponto percentual). Isso deve-se à autorização do reajuste de até 5,6% no preço dos medicamentos, desde o último dia 31 de março.
“O item plano de saúde, com 1,20%, incorporou as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023. Além disso, os itens de higiene pessoal tiveram desaceleração de 0,76% em março para 0,56% no IPCA de abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,09%)”, diz trecho da nota no portal do instituto.
O segmento de higiene pessoal apresentou desaceleração de 0,76% em março ante 0,56% em abril, influenciado, principalmente, pelos perfumes (-1,09%).
INPC
Outro indicador da economia divulgado nesta sexta-feira (12) pelo IBGE, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) apresentou aumento de 9,53% em abril, inferior ao registrado em março, que havia sido de 0,64%. O INPC mede a variação de preço de alguns produtos e serviços consumidos, o poder de compra das famílias de baixa renda do País, aquelas cuja renda é de um a cinco salários mínimos.
Com o resultado de abril, o INPC acumula alta de 2,42%, com 3,83% nos últimos 12 meses. Para efeito de comparação, em abril do ano passado a taxa havia ficado em 1,04%.
O instituto ainda informa que os produtos alimentícios tiveram alta de 0,61%, enquanto houve inflação de 0,5% nos produtos não alimentícios. “Todas as áreas pesquisadas tiveram variação positiva, sendo o menor resultado registrado em Recife, de 0,07%, e a maior, em Campo Grande, de 0,95%”, encerra o informe.